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A misericórdia na convivência familiar

quarta, 24 de agosto de 2016

A misericórdia na convivência familiar
A Semana Nacional da Família, de 14 a 21 de agosto, inicia com a comemoração do dia dos pais. Neste ano, inserida no Jubileu da Misericórdia, traz um tema muito sugestivo: Misericórdia na família, dom e missão. A Pastoral Familiar das dioceses do Rio Grande do Sul apresenta às famílias uma reflexão, da qual quero fazer eco. Parte da conhecida parábola do Pai Misericordioso e seus dois filhos (cf. Lc 15,11-32). As relações que se estabelecem entre os dois filhos e destes com seu pai, são um espelho, a partir do qual podemos ler nossa vida pessoal e também familiar. Neste relato de Jesus, conseguimos perceber os conflitos familiares e, também, o lugar único que o pai assume na família.

A figura do filho mais novo é, talvez, a mais evidente, mesmo que não a mais importante da parábola. Ele teve um “lar”. Lar é o centro do ser, onde escutamos: “Tu és o meu filho muito amado”. Entendemos por “lar” o ambiente favorável para a educação e crescimento humano, valores, religião e profissão. A ele não faltou acolhida, o afeto e os bens. Porém, abandona a família. É ingrato. O filho mais novo espelha a rebeldia da sociedade atual que, com frequência, despreza as instituições, principalmente, talvez a mais sagrada de todas, a família. Procura outros caminhos. Despreza a herança. Joga fora a lei inscrita no coração humano: que a vida inicia e se forma no seio acolhedor de uma família. Ou, então, revela o vírus do individualismo que atinge o centro da vida familiar, quando mesmo convivendo no mesmo teto, leva-se uma vida isolada, longe um do outro.

O filho mais velho, legalmente certo, mas duro, incapaz de amar, de perdoar, calculista e frio. Incapaz de misericórdia, pois não se deixa amar. Prepotente e autocentrado. A parábola diz que o pai “sentiu compaixão” e o filho mais velho “ficou com raiva” quando o filho mais novo retornou.  Vive a lógica da recompensa. Estabelece relações não baseadas na gratuidade, mas como busca méritos pelas suas obras. Infelizmente, ocorre que na família algum filho se ache “superior” aos demais. Como é triste quando os filhos não se perdoam. Uma chaga se abre no coração dos pais.  O filho mais velho nunca abandonou a casa, mas seu coração estava sempre longe. Vivia na lógica da justiça e da retribuição, não da gratuidade e da misericórdia. Por isso, não consegue sentir alegria, não compreende esta lógica de ser e de agir do pai. Não sabe amar. O amor sempre perdoa e acolhe.

Sem dúvidas, a figura do Pai da parábola é de Deus Pai, que é modelo para os pais. Ele é chamado por Jesus de Pai, porém, reflete em si as características paternas e maternas. A boa-notícia é que temos um Pai. Só o amor misericordioso de Deus nos reconstrói por dentro, destravando-nos, colocando-nos em movimento de acolhida, sem nos humilhar. A figura paterna na família dá a garantia da segurança e fidelidade aos valores. O pai não é figura do censor autoritário, como algumas vezes ainda pode existir nas famílias, mas a fonte de amor e misericórdia, única possibilidade para uma educação para a maturidade humana e cristã. Ele continua a amar, mesmo existindo a imaturidade do filho mais novo ou a frieza do filho mais velho. Não há limites para o amor generoso de Deus Pai. A misericórdia está na base da convivência familiar. 

Convido a todas as famílias da Diocese a lerem, aprofundarem e refletirem o subsídio que foi preparado para esta Semana da Família. Continuemos a crer e apostar na família. Parabéns a todos os pais! Deus Pai seja sempre fonte de inspiração e os abençoe abundantemente.

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